Os Diagnósticos e a Criança: Quem Fala? Alguém a Escuta?

Em 21/11/2023

Comentário de Ana Bocchini

Artigo de Roberta Peregrino

Os apontamentos da autora nos levam a refletir sobre a expectativa dos adultos sobre as crianças, que, muitas vezes, pode fazer com que deixemos de perceber as expressões daquilo que atravessa os sujeitos durante a infância. Assim, Roberta Peregrino, traz uma pergunta chave para debater o tema da patologização na infância: o que é ser criança nos tempos de hoje? Através da escuta, onde as crianças possam ter suas próprias narrativas sobre suas experiências, poderemos ter um olhar mais singular sobre cada sujeito sem “reduzir os comportamentos e sofrimentos das crianças à nomenclaturas descritivas, treinamentos comportamentais e medicalização” (p.8). 

Este artigo representa uma leitura crucial para adultos que têm envolvimento com crianças, incluindo familiares, educadores e profissionais de saúde. Ele nos incita a uma reflexão mais profunda sobre a relação entre diagnóstico em crianças e a sociedade atual.

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A Clínica Psicanalítica dos Transtornos Psicossomáticos: de Freud a Winnicott

Em 10/07/2023

Comentário de Ana Bocchini

Artigo de Maria Vitoria Mamede Campos Maia e Nadja Nara Barbosa Pinheiro

A partir de uma vinheta clínica, as autoras, com um olhar clínico, sensível e acolhedor, refletem sobre as dificuldades da clínica dos Transtornos Psicossomáticos. Nesta vinheta, o caso apresentado é do João, uma criança que chegou ao consultório cheio de “nãos”: não andou no tempo esperado, não falava quando se era esperado, o próprio João foi um filho não esperado. Diante de tantas coisas que João não tinha, “faltava-lhe um rótulo e, diante da diferença dele em relação às demais crianças da família, esse era buscado com sofreguidão pelos pais e pelas três irmãs… O que é que João tem?”

O que se percebeu, ao longo das sessões, foi que coube ao João apresentar de forma incisiva que a família estava toda embolada, que havia ali uma não-integração familiar. É a partir deste caso clínico que as autoras, baseados nos conceitos de Freud e Winnicott, destacam a necessidade de se incluir o holding como instrumento clínico além da interpretação. Para Winnicott (1956/2000), quando o bebê vive a repetição constante das experiências de satisfação, é permitido uma paulatina integração à não integração original. “Temos, então, no processo de integração, por um lado, a urgência da vida e sua série infindável de instintos a serem satisfeitos, e, por outro, o holding materno/ambiental que permite que essas satisfações ocorram da forma menos traumática possível, fornecendo-lhes significados, sentidos e contornos ao sem-sentido originário”.

Desse modo, diante do caso do João, coube à analista entrar nesse processo familiar, esclarecer alguns pontos e acolher essa mãe, dando à ela um holding onde ela pudesse se integrar, para que ela pudesse se tornar uma mãe real dentro dela e transmitir isso a seus quatro filhos, inclusive o João, aquele que vocalizou uma problemática que não era só dele. O acolhimento da mãe, o olhar para o João – dialogando com “o que ele tem” ao invés das suas “inúmeras ausências” identificadas por outros sujeitos ao longo da sua vida -, fizeram deste caso uma profunda análise sobre a questão da dissociação psique-soma por uma outra ótica, na qual essa dissociação se espalha por todo um núcleo familiar, para além de um sujeito apenas. Neste caso, o sujeito – João, foi quem explicitou e vocalizou um pedido de ajuda para o seu grupo familiar. Neste sentido, Freud e Winnicott, contribuíram para que as autoras Maria Vitória e Nadja Nara, pensassem na singularidade e especificidade da escuta de cada caso, e, ao mesmo tempo, perceber que o singular se faz presente no plural.

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Por que os meninos apresentam maior dificuldade que as meninas da escolarização inicial?

Em 09/06/2023

Comentário de Maria Luiza Oliveira Castro de Leão

Monografia de Karina Lira Scholdtmann D’ávila

O estudo monográfico de Karina Lira que se mostrou instigante pelas direções apontadas para causalidades de caráter cultural e psíquica para a questão do porquê os meninos têm mais dificuldades que as meninas na escolarização inicial. A abordagem cultural mostra que ainda há demandas sociais para comportamentos diferenciados para meninos e meninas, sendo que as condutas das meninas parecem mais adequadas às exigências da sala de aula. Em relação à causalidade psíquica, o texto relaciona descentração edípica, entrada na latência, constituição do superego, identidade com a professora, com a aquisição da competência operatória-concreta, condição sine qua non para a aprendizagem das letras, dos números e para a elaboração do espaço e do tempo coletivos. Sobretudo, o estudo sublinha a questão da identificação com a professora regente, de esmagadora maioria do sexo feminino.

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A Escrita da Clínica Psicopedagógica

Em 01/05/2023

Comentário de Gisele Holanda Noel

Artigo de Leda Maria Codeço Barone

O texto discute a importância da escrita clínica psicopedagógica ao considerar, ao contrário da medicina, o sujeito em sofrimento em relação à sua condição particular de aprendizagem. Ou seja: o psicopedagogo toma como objeto o sujeito em situação de aprendizagem considerando na escrita da clínica o sujeito em si e não sua patologia.

A autora apresenta suas experiências pessoais como psicopedagoga, com base psicanalítica, e como professora universitária e destaca a diferença entre o relatório ou informe psicopedagógico e o estudo de caso, enfatizando que este último tem como objetivo produzir entendimento a respeito de um fenômeno ao iluminar a narrativa da clínica e a sua importância na produção de conhecimento; uma vez que o relatório se restringe a apresentar os dados brutos coletados.

A autora também propõe uma reflexão sobre a escrita da clínica psicopedagógica a partir do pensamento de Nasio (2001) sobre a escrita do analista, destacando a singularidade do ser que sofre, e de Mezan (1998) sobre os níveis de abstração da escrita da clínica, a fim de responder a questões epistemológicas da psicanálise.

A leitura deste texto, enquanto psicopedagoga, a mim ressona a importância do cuidado que o terapeuta da aprendizagem deve ter ao elaborar e desenvolver a escrita sobre os processos observados em seu cliente, ao englobar sua singularidade, para além dos dados brutos coletados, durante todo o período de investigação avaliativa.

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Por Favor, Chamem a Professora!

Em 26/12/2022

Comentário de Maria Luiza Oliveira Castro de Leão

 

Artigo de Maria Vitoria Mamede Campos Maia e Nadja Nara Barbosa

Relato de Uma Experiência Clínica

CHAMEM A PROFESSORA é um texto que traz um tema extremamente interessante por sublinhar a necessidade de uma reflexão  relativa ao exercício do magistério  das  “disciplinas Psi”.

O artigo, embasado em argumentos de Freud e de Winnicott, relata o caso de uma aluna universitária que, cursando a disciplina de psicanálise, vive um episódio em que ela, possivelmente mobilizada pelos conteúdos veiculados em classe, tranca-se no SPA, espaço clinico da Universidade, e chama a sua professora (autora do artigo).  

Temos a experiência quotidiana que as aulas de psicopatologia, psicanálise, psicologia clínica em geral, psicopedagogia, “afetam” mentalmente os alunos (oxalá).  Vitória Maia propõe, em seu texto, que exista uma escuta, por parte dos docentes, quando houver casos que lhes endereçam algum apelo, desde que os professores que recebem a demanda, não se coloquem como terapeutas desses discentes.

No caso narrado pela autora-professora, a aluna vai ao SPA universitário e, trancada naquele espaço clinico, chama a sua professora. Tudo indica que a aluna precisava da presença da professora (que apresentava a psicanálise aos seus alunos) para se acalmar, se organizar internamente, mesmo que ambas tenham “apenas” ficado em silêncio durante um tempo.

A docente atende, a partir da psicanálise, um chamado da aluna, que pode se recompor de um emergente interno importante ao se sentir acolhida.  Portanto, podemos pensar que, mesmo não se colocando como a terapeuta da aluna, essa professora facilitou um caminho terapêutico e possivelmente ajudou que uma porta se abrisse para um processo clinico psicanalítico à essa aluna, a partir de uma vivência universitária que teve uma participação essencial da professora.

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BRINCAR, UMA TÉCNICA NO TRATAMENTO CLÍNICO PSICOPEDAGÓGICO: Um olhar possível a partir da Psicanálise – Patricia Marchesano Diniz Saraiva

Em 10/10/2022

Comentário de Beatriz Bastos Padilha

Apreciando-a já de início por conta do tema abordado, encontrei na monografia da Patrícia Saraiva muitos outros motivos que ampliaram o meu interesse. Acredito que a escolha do tema foi muito feliz por unir a condição básica do brincar à essência do atendimento psicopedagógico, e o seu desenvolvimento, ainda mais instigante, ao conduzir o leitor a esse entendimento a partir da fundamentação teórica de Freud, Melanie Klein, Winnicot e Sara Pain, no que concerne à representação da brincadeira. 

Um olhar sensível e muito enriquecedor nós faz refletir mais profundamente sobre o brincar – aspecto básico da infância, ser também um recurso precioso a ser utilizado pelo psicopedagogo a partir de suas referências e embasamento teórico.

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Rios sem discurso. Agressividade da infância na contemporaneidade – Maria Vitoria Campos Mamede Maia

Em 14/09/2022

Comentário de Renata Lia Ferreira da Silva

O livro da professora M. Vitória C. Mamede Maia traz reflexões relevantes, por um viés social, acerca de crianças e adolescentes que cometem atos agressivos / violentos, reprovados pela sociedade. A obra é “costurada” com base na visão de Winnicott (o famoso psicanalista inglês). Desse modo, a autora apresenta diversas questões relativas a causalidade dessa agressividade, elencando-a como um ‘problema social’.

Maia apresenta seu ‘Rios sem discurso’ sob uma perspectiva cronológica, escrevendo sobre o início do desenvolvimento do ser humano indo até as temáticas que se propõe a discutir. Numa linguagem dialética com o leitor, aborda paradoxos e construções de ideias que provocam reflexões e indagações nesse leitor. A agressividade é discutida então, como uma forma de apelo e, a partir das ideias de Winnicott, a autora traz novas questões para a problemática abordada, discutindo limites, questões patológicas, sempre convidando o leitor a se desconstruir a partir de um novo prisma colocado.

Maia, abordando o comportamento antissocial das crianças e seus simbolismos traz para o debate a brincadeira infantil, o papel da mãe, a relação do bebê com o objeto e as relações de perda – que podem ir moldando as situações adversas que impactam no desenvolvimento da criança.

Um livro atual e interessante que traz ainda as demandas parentais e sociais ligadas à contemporaneidade, isto é, questões relativas às mudanças nas estruturas sociais e aos novos papéis que vêm assumindo as famílias e como esses temas reverberam no desenvolvimento infantil.

A conclusão emocionada (e emocionante) traz a provocação final de buscar compreender a agressividade com um olhar que busca preencher os buracos vazios dessas infâncias.

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A Banda Moebius (Lacan) e a Clínica Psicopedagógica (Antonio Mamede Neves)

Em 10/06/2022

por Ana Bocchini (aluna da Formação em Psicopedagogia do Tekoa)

Este artigo apresenta os conceitos da banda de Moebius para a superação do sintoma na dificuldade de aprendizagem, objeto da psicopedagogia.

A banda de Moebius, criada pelo matemático de mesmo nome, é uma superfície unilateral de uma borda obtida pela colagem das duas extremidades de uma fita, após efetuar meia volta em uma delas. Ao fazermos essa torção, temos a impressão que a faixa apresenta duas faces, mas, na realidade, trata-se de uma superfície de uma só face, no qual o direito e o avesso estão contidos um no outro.

Existe uma semelhança entre a banda de Moebius e o sintoma no ponto de vista psicanalítico, tal como Freud denominou como compulsão à repetição. Para interromper esse processo repetitivo torna-se necessário agir sobre a permanência do sintoma, sendo necessário alterar sua estrutura, fazendo um corte na “carapaça” defensiva do sintoma. Analogicamente, para alterar a estrutura da banda de Moebius basta praticar-se nela um corte longitudinal, a partir de qualquer ponto, com uma tesoura. Esse corte fará aparecer não uma duplicação da banda, mas sim uma face direita e esquerda, verso e anverso etc.

Para a psicanálise, então, isso significa que é indispensável no sintoma, não uma pontuação feita pelo terapeuta, mas “um corte”, uma interpretação, que tornem possíveis uma estrutura diferente, com características próprias. Este procedimento é o que Lacan traz como premissa: “a interpretação é o corte”.

No campo da psicopedagogia, o sintoma de dificuldade de aprendizagem pode ser apresentado a partir de várias causas emocionais e cognitivas, sendo perfeitamente viável utilizar dos conceitos da banda de Moebius para a sua superação. Quando um cliente chega à um psicopedagogo, cabe a tarefa de operacionalizar “cortes” no processo sintomático de aprendizagem, eliminando a banda de Moebius, através de recursos técnicos e de uma atitude “empático-terapêutica”.

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Psicopedagogia conflagrada – as práticas psicopedagógicas na gestão da aprendizagem em áreas conflagradas

Em 06/05/2022

por Renata Lia Ferreira da Silva

O profissional de Psicopedagogia (atuante em unidades escolares) enfrenta em sua rotina de trabalho problemas como dificuldades de aprendizagem, déficits e defasagem (idade/série). Faz parte do fazer do psicopedagogo utilizar métodos e técnicas de identificação de problemas e distúrbios, utilizando testes, entrevistas etc. para após a identificação buscar meios e ferramentas para a resolução do problema, ou ainda mitigar seus danos à aprendizagem do estudante.


Quando se trata de escolas dentro de comunidades periféricas, o que tange este cenário (de defasagem, dificuldades e distúrbios de aprendizagem), se torna ainda mais peculiar. A realidade dos estudantes dessas escolas é diretamente impactada pela redução dos dias letivos, que acontece com frequência, em virtude de conflitos balísticos em horário de aula ou nos dias anteriores.

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Entre a letra da lei e os desafios da prática: tensões e contradições da educação infantil carioca

Em 07/04/22

por Adrianne Ogêda Guedes, Michelle Dantas Ferreira e Edilane Oliveira da Silva

A história da formação do professor da Educação Infantil no Brasil é razoavelmente recente, pois até meados do século XX não havia uma preocupação com a educação desta faixa etária, e, portanto, a necessidade de qualificação destes profissionais não era uma questão relevante. As primeiras iniciativas voltadas para a educação da criança de 0 a 6 anos no Brasil são marcadas por uma perspectiva assistencialista, preparatória e instrumental. 

Até a década de 1980 a educação das crianças pequenas no Brasil, era de responsabilidade única e exclusiva das famílias. Esta concepção muda apenas com a constituição de 1988, que em seu Artigo 227 afirma a Educação Infantil como direito da criança. Definindo no artigo 208 como se dará esse oferecimento: “O dever do Estado com a Educação será efetuado mediante a garantia de (…) atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade”. 

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