“Bipolares, disruptivas, autistas, hiperativas, opositivas, desatentas, desafiadoras, aspergers – somando todas, ainda restariam crianças normais?”
em 13/11/2020
Por Rossano Cabral Lima
No artigo denominado Psiquiatria infantil, medicalização e a síndrome da criança normal , Rossano Cabral Lima aborda o panorama histórico da psiquiatria infantil no Brasil e no mundo. Contextualiza o “normal” e o “patológico” através dos tempos.
Aborda a psiquiatria de crianças e adolescentes da atualidade sob o enfoque do espectro da medicalização. Traz a reflexão acerca do diagnóstico de determinadas patologias no contexto cultural de hoje em dia, discorrendo sobre o TDA/H (Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade), frequentemente associado ao TOD (Transtorno Opositivo Desafiador), TEA (Transtorno do Espectro Autismo) e TBI (Transtorno Bipolar Infantil). Este último, especialmente, praticamente inexistente no passado.
Rossano apresenta o limiar entre a normalidade e a patologia e questiona: “Bipolares, disruptivas, autistas, hiperativas, opositivas, desatentas, desafiadoras, aspergers – somando todas, ainda restariam crianças normais?”. Apresenta, então, de forma leve e inteligente, a SNC (Síndrome da Criança Normal). Nos convida a refletir sobre os ideais de normalidade estabelecemos às nossas crianças e questiona os padrões adultos impostos pelos critérios diagnósticos da psiquiatria.
O autor finaliza o artigo refletindo sobre os transtornos descritos no DSM e na CID, que não trazem uma definição sobre o que a criança é, mas sim, modos de descrever o mal-estar que têm impacto na vida dessas crianças e adolescentes, considerando o contexto no qual esse indivíduo se encontra inserido.
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