Três tópicos sobre a relação entre DSM e política
em 10/09/2021
por – Rossano Cabral Lima
Logo nas primeiras páginas da terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III), da Associação Psiquiátrica Americana (APA), um conceito era apresentado como virtude principal da nova classificação – a “ateoricidade”. Robert Spitzer, diretor da força tarefa que deu origem ao manual, defendia a necessidade de eliminar do texto referências a hipóteses etiológicas para que o mesmo pudesse ser amplamente usado por profissionais das mais variadas correntes teóricas (APA, 1980). Seu manual, assim, expulsava de suas páginas aquilo que o próprio editor reconhecia estar presente na sociedade – a pluralidade de posições mais ou menos divergentes em relação às origens dos quadros psiquiátricos.
A postura de ser “ateórico” no campo da clínica é, a meu ver, correlata a de se afirmar “apolítico” na vida cotidiana: o esforço de assepsia quase sempre esconde opções conservadoras. Partindo desse princípio, enfatizarei três pontos que mostram como características marcantes do DSM, como a reificação e descontextualização dos diagnósticos, o desprezo pela história de vida dos sujeitos, a desvalorização da psicopatologia na primeira pessoa e a desconsideração de outros saberes e vocabulários, além de terem impacto epistemológico e clínico, têm uma dimensão política. (…)
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